domingo, 5 de agosto de 2012

Professora




De manhã no mesmo trem 
Rompe a alvorada ela vem
Rumo a escola ensinar 
E eu pobre aluno dela 
Morrendo de amor por ela
Sigo a luz do seu olhar

Se eu pudesse eu compraria
Uma carteira vazia
Na divisa da janela
Pra ficar constantemente
Naquela fila da frente
Em frente dos olhos dela

Professora galante
Tem pena do estudante
Que mendiga o teu amor
Não me dê somente ensino 
Não transforme o destino
Deste infeliz sonhador

Já não importa o vexame
De uma reprova no exame
E nunca mais ser doutor
Ria de mim toda a classe
Contanto que um dia eu passe
No exame do teu amor

A Volta do Boêmio




Boemia, aqui me tens de regresso
E suplicante lhe peço a minha nova inscrição
Voltei, pra rever os amigos que um dia
Eu deixei a chorar de alegria
Me acompanha o meu violão

Boemia, sabendo que andei distante
Sei que esta gente falante vai agora ironizar
Ele voltou, o boêmio voltou novamente
Partiu daqui tão contente
Por que razão quer voltar ?

Acontece que a mulher que floriu meu caminho
De ternura, meiguice e carinho
Sendo a vida do meu coração
Compreendeu e abraçou-me dizendo a sorrir
Meu amor você pode partir
Não esqueça do teu violão
Vá rever os teus rios, teus montes, cascatas
Vá cantar em novas serenatas
E abraçar teus amigos leais

Vá embora, pois me resta o consolo e a alegria
Em saber que depois da boemia
É de mim que você gosta mais


Adelino Moreira