quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Nem as paredes confesso

Não queiras gostar de mim 
Sem que eu te peça 
Nem me dês nada que ao fim 
Eu não mereça 

Vê se me deitas depois 
Culpas no rosto
Eu sou sincero 
Porque não quero
Dar-te um desgosto 

Quem sabes que te esqueci 
Ou se te quero?
Quem sabe até se é por ti 
Que tanto espero?

Se gosto ou não afinal 
Isso é comigo 
Mesmo que penses não me convences 
Nada te digo

De quem eu gosto 
Nem as paredes confesso 
E nem aposto que não gosto de ninguém 
Podes chorar, podes rogar, podes sorrir também 
De quem eu gosto nem as paredes confesso

Ontem ao luar

Noite alta, céu risonho
A quietude é quase um sonho
O luar cai sobre a mata
Qual uma chuva de prata
De raríssimo esplendor

Só tu dormes, não escutas
O teu declamador
Revelando à lua airosa
A história dolorosa desse amor

Lua...
Manda a tua luz prateada
Despertar a minha amada
Quero matar meus desejos
Sufocá-la com os meus beijos

Canto
E a mulher que eu amo tanto
Não me escuta, está dormindo
Canto e por fim
Nem a lua tem pena de mim
Pois ao ver que quem te chama sou eu
E entre a neblina se escondeu

Lá no alto a lua esquiva
Está no céu tão pensativa
As estrelas tão serenas
Qual dilúvio de falenas
Andam tontas ao luar

Todo o astral ficou silente
Para escutar
O teu nome entre as endechas
A dolorosas queixas
Ao luar