domingo, 3 de junho de 2012

Atrás da Porta


 



Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei, eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei

E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
No teu peito, teu pijama
Nos teus pés ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho

Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua

Francis Hime e Chico Buarque

Soneto a Você II




Cansado de esperar
Uma mulher singular
Fui no meu pensamento fazer
Uma mulher que pudesse me agradar

Esculturando essa mulher fantasia
Dei-lhe a voz doce de Maria
A beleza de Bárbara
E a nobreza de Márcia

Vendo mais o que podia botar
Dei-lhe no sorriso a necessária malicia
E a pureza no seu belo olhar

Cheguei ao fim
E tinha diante de mim
Você, meu anjo querubim