sábado, 2 de março de 2013

Mourão de porteira



João Pacífico

Lá no mourão esquerdo da porteira
Onde encontrei "vancê" pra despedir
Tem uma lembrança minha, derradeira
É um versinho que eu lhe escrevi
"Vancê", eu sei, passa esbarrando nele
E a porteira bate pra avisar
"Vancê" não sabe que sinal é aquele
E nem sequer se "alembra" de olhar

E aqui tão longe eu pego na viola
Aquele verso começo a cantar
Uma saudade é dor que não consola
Quanto mais dói
A gente quer lembrar
No dia que doer seu coração
De uma "sodade" que eu tanto senti
"Vancê", chorando, passa no mourão
E lê o verso que eu nele escrevi

João Pacifíco

Um tema novo




Quis fazer um tema novo
E pensei bastante
Antes de escrever
Eu não quis falar de amor
Nem saudade, dor
E nada de sofrer
Em lugar de nostalgia
Quis dar alegria
Ao meu coração
Comecei tudo sorrindo
E que tema lindo
Para um poema do coração

Mas nesta segunda parte
Talvez por pura emoção
Fiz um verso muito triste
Sem querer na máquina de escrever
Transformou todo o meu tema
Acabei magoando meu coração
Ele é muito delicado
Em histórias de amor

Por incrível que pareça
Eu não pude mais
Eu não queria assim
Eu queria paz
Vejam só que ironia
Que amargura de um poeta do amor
Tive que escrever chorando
E o tema terminei na dor