quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Ainda Não Aprendi a Dizer Adeus




Escrevo sob o impacto da notícia da morte da minha mais querida amiga. E cara leitora, eu ainda não aprendi a dizer adeus. Se divido com você esse momento dificílimo é porque acredito em sua generosidade de compreender a dor alheia e, por mais que acreditemos em Deus, o luto é necessário. É preciso purgar toda a dor para continuarmos existindo. Mais tristes, mais solitários, mas também mais fortes.

Leonardo, o cantor, também dizia dia desses na TV que ele precisava aprender a dizer adeus. E eu pergunto: quem consegue fazer isso? Nunca mais a pessoa entrará em casa com sua alegria contagiante, sincera, aberta, franca, a irmã de todos os momentos, que não poupava palavras duras quando você errava e que era só doçura quando você acertava. Minha amiga não morreu, como dizia o poeta português Fernando Pessoa, ela ficou encantada.

Cara leitora, vivo muito isolada. Foi uma opção minha. Não sou infeliz ou fora do mundo. Acompanho o movimento da humanidade com atenção porque meu tempo é hoje, porque ainda estou viva. Mas com imensa dor eu me despeço da amiga que me acompanhou por metade da minha vida. E agradeço a Deus a graça de ter podido viver muitos anos junto como vizinha, colega de trabalho e verdadeiramente uma irmã, não de sangue, mas na legitimidade da alma. Estou profundamente triste e cansada de abrir mão, deixar partir, perder pessoas que amo. Só eu sobrevivi aos meus amigos. Cara leitora, obrigada pelo ombro amigo para essa pessoa que ainda não aprendeu a dizer adeus.


Xênia Bier

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