João bobo, coitado, tolinho
Falava sozinho
Sempre a caminhar
Mas quando passava a seu lado
A Rosa do Prado, parava o olhar
Rosinha era moça bonita
De seda ou de chita
Chamava atenção
A todos seu amor vendia
Mas nada queria
Com o pobre do João
João bobo dizia para Rosinha
Tu tens que ser minha
Ser meu teu olhar
Mas toda a turma se rindo
João, bobo, ferindo
Se punham a contar:
"Beijei tua Rosa ontem a noite
Dei nela de açoite
Fiz ela chorar
Me disse então que te odiava
Que te desprezava"
E ficaram a cantar:
"Ah, o João é bobo e gozado
Quer casar ha,ha,ha
Com a Rosa do Prado"
O tempo que sempre caminha
A pobre Rosinha fez envelhecer
Ela que foi tão amada
Já desprezada
O João quis querer
Mas eis que o dia marcado
Da Rosa do Prado
A morte chegou e a levou
E onde fria dormia
Só uma rosa havia
A que João colocou
Nenhum comentário:
Postar um comentário